Capitanias

Limite do para — li mito do par.
Lema: Tu, do ar.

Limo-lume... método?

Imite do para e do par.

Mim — tudo pára.
Minto do par.

dopar.

o par.

a-m(é)im.

Que sorriam os mais velhos dentre nós:

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Uma vez no museu

Foto: minha.

Normalmente pego dois ônibus para o colégio em que dou aula, ontem, sem grandes motivos, tomei um só e fui caminhar a pé. Observando o caminho, o qual passa despercebido quando se está motorizado, fui surpreendido pela nova fachada do Museu Mariano Procópio, a alguns meses em reforma — que legal, pensei. Naquele momento me vieram lembranças, das quais já não tenho os detalhes, mas que dizem justamente daquele velho museu em sua fase de abandono.

Tudo em função de um trabalho de química, no último ano do ensino médio. Fomos em bando pesquisar sobre produtos usados na restauração de peças e o tipo de reação química que decorria daquilo. Lembro que com uma ou duas ligações marcamos um horário com a curadora do Museu, e, no sentido de notificar o leitor, deixo claro que nosso "bando" se resumia a cinco pessoas, já que mais que isso não era permitido.

Era uma senhora bem morena, muito atenciosa, mas, se me lembro bem, carregada de uma inquietação e uma angústia profunda quando falava do museu. Após algumas intruções básicas, que não deviam ser usadas há muito tempo, começou por nos apresentar o que havia de secular na área externa do museu, fato que não incitou muito interesse no grupo, ansioso por ver o que havia atrás da grande porta ao nosso fundo.

Após algumas anotações e uma instigante palestra sobre efeitos da chuva na cara do D. Pedro II, atravessamos a grande porta que dava num amplo salão. Havia lá muitos quadros, algumas peças de louça, e algumas esculturas de gregos nus. Perdoem-me pela descrição pueril, é com os olhos do adolescente que o faço. Ao lado, onde não nos foi permitido entrar, era possível ver uma belíssima sala toda mobiliada, onde estavam expostos os pertences dos nossos imperadores. No meio do salão haviam cadeiras para os visitantes.

Assentados ali, ouvimos a curadora falar sobre a forma de desgaste e conservação das peças e as substâncias usadas na restauração, para a consistência da nossa pesquisa. Nessa fala, ela se referiu à sala onde a restauração era feita, e cujo estado era lastimável. Atentos nas anotações, acabamos por dar à mulher espaço para um discurso indignado, que oscilava entre notas graves e agudas. Foi então que ela resolveu nos levar à tal sala.

Terminado o lamento, o museu foi lentamente se transformando diante dos meus olhos. Agora era possível ver as inflitrações, as caliças despencando do teto, as rachaduras nas paredes e o desgaste do chão. No fundo do salão havia uma escada que descia para os fundos e dava acesso a um outro prédio — o exato lugar em que a curadora queria nos levar.

Chegando lá, entendemos a gravidade da situação. Depois de passar a chave na porta e dispor de uma certa força para abri-la, a mulher nos pediu que entrássemos com a precaução de olhar para o chão. Era um corredor escuro, de onde vimos saltar em vôo uma daquelas bruxas, as amáveis mariposas gigantes. Lugarzinho sinistro. Classicamente vestido de teia de aranha, o corredor em ruínas nos levou para o fim da trajetória. Momento em que presenciamos o choro lacrimoso da mulher.

Hoje, alguns anos depois da visita, é gostoso ver o Mariano Procópio restaurado. Só quero saber se a tal salinha de restauração está bem arejada e os pertences do D.Pedro II estão bem guardados. Acho que vou reunir aquele grupo e dar uma ligadinha pra simpática e indignada curadora.

P.S. Fica aqui uma sugestão bacana para os professores de química.

3 comentários:

Unknown disse...

eu já tinha visto q vc tava d blog novo, mas to numa situação tão complexa q nem tenho tido vontade de rodar por aí, abandonei completamente qq relação com o blog... mas espero me recuperar logo

li os outros textos e adorei a crise dos cinco centavos e é verdade, ng liga pro ladrão, mas é um tormento fik na roleta esperando o sujeito da frente achar as moedinhas pra facilitar o trocador. Nome disso: imediatismo... ng se incomoda com problemas a longo prazo, só ao curto e curtíssimo... um dia vamos aprender q esse é o caminho errado com certeza.

flws cara abraçauM!

Déa Nucifera disse...

Fico feliz q esteja back!

=P

Espero q não largue td dessa vez, faz falta ter algo bom pra ler na net de vez em quando!!

Bjs

Yoko disse...

aaaaaaaaaaaaaa caverna do batman lembra?????? o nome da moça é Nancy, quando eu estudei sobre o museu na facul nem falaram dela, pena que por enquanto só o parque esteja aberto, sobre a reunião, eu topo, agora com um olhar muito mais apurado acho que nós vamos aproveitar muito mais!!!!!
adorei seu blog, você escreve magnificamente bem, é maravilhoso!!!
bjão
Laura