Foto: Relógio de sol em Ibitipoca. Do meu amigo Ranvier.
Quando me vejo diante de um momento estupidamente agradável — destes que, vez ou outra, se desconhece as razões de ser agradável — ou diante de um momento curiosamente emocionante, que tão distintamente se afirma emocionante, tenho o hábito de me divertir pensando que aquele poderia marcar o início da história da minha vida.
No último fim de semana, a história da minha vida começou diante de uma placa em que se lia: "PASSAGEM PROIBIDA, RISCO DE ACIDENTE" — dava até vontade de atravessar. Só não o fiz porque o precipício era tão intimidante quanto belo, talvez intimidante por ser belo, ou bem alto, sei lá. Limite que, para mim, era melhor mesmo só contemplar. Quem já teve o imenso prazer de conhecer o Parque estadual do Ibitipoca, pode dar o parecer.
Hoje é possível fazer, via e-mail, uma previsão climática para até 15 dias em qualquer lugar do planeta. Ontem mesmo eu discutia com o Rodrigo sobre a nossa ingenuidade em sequer termos, antes de viajar, procurado fotos do lugar no google. Mas até que nossa ignorância nos rendeu uma interessante (e primitiva) sensação de "desbravadores do desconhecido".
Meus amigos, eu não poderia imaginar que apenas 80 km me separavam daquele paraíso. A cidadezinha é pacata, e tudo responde pelo sufixo "Ibiti". A padaria é Ibitipão, a casa noturna (acredite, tem casa noturna) é "Ibitilua", e assim segue com ibitipraças, ibitigrejas e ibiticéteras... Mas o que interessa mesmo é o Parque Estadual. Em fim de semana se paga 10 reais para entrar — estudante, meia. Já aviso que se não tiver disposição pra subir morro a pé, é melhor ficar em casa lendo blogs.
Quando se vê grutas em filmes e fotos, você pode até pensar. "É só um buraco escuro". Mas quando se está dentro de uma, envolvido por todo aquele clima de aventura, você tem a CERTEZA de que é um buraco frio e escuro... Decerto, com ou sem ironias escorrendo nas pedras, isso faz toda a diferença. Entre precipícios e grutas muitas cachoeiras belíssimas (e geladas) compõem o trajeto. Tem até uma "prainha". E o que dizer do pôr do sol? Foi o ocaso mais fantástico que poderia fechar um dos meus dias.
Quando me vejo diante de um momento assim, tenho o hábito de me divertir pensando que aquele poderia marcar o fim da história da minha vida...
Pena foi eu não ter conhecido a famosa "janela do céu", a queda d'agua mais alta do parque, tida como uma das mais belas paisagens do lugar. O bom é que eu não saí de lá sem motivos pra voltar, não é mesmo?
Fica aí uma excelente sugestão de viagem. Eu recomendo... Aproveito para agradecer a todos que têm elogiado o Limite do para mim. É muito bom saber que estão gostando. Tenho um carinho especial por cada um.
P.S. Que tal um comentário? Não é todo dia que você se depara com um IBITIPOST!